18.6.10

New Media Art #03

O ano de 1994 foi um ano repleto de histórias de tecnologias e meios de comunicação. A Netscape Corporation introduziu o primeiro navegador comercial de internet, assinalando a transformação de uma rede primeiramente usada por investigadores académicos e informáticos, transformando-a, assim, num meio popular de comunicação pessoal, de publicação e comércio. Arte e tecnologia refere-se ás práticas como arte electrónica, arte robótica ou arte genética, que utilizam tecnologias novas mas não se relacionam necessáriamente com os media. A “media art” incluí a “video art”, “web art” e “net art”. A internet está no centro do projectos de “new media art”. Esta é composta por uma variedade de hardware e software, em constante mudança - os servidores, computadores pessoais, aplicação de dados, scripts, ficheiros - suportados por protocolos como “http”. O uso do computador implica estratégias que se afastam do processo de leitura tradicional que o livro impresso nos habituou. A página luminosa exposta no ecrã apela principalmente ao ver, percorrer com o olhar, mais do que a ler em sequência. Esta mutação na inscrição tem implicações profundas, já que a página de papel transporta consigo o registo fixo. O ecrã apresenta uma superfície lisa e luminosa oferecida à percepção visual. Para os artistas, a internet é um espaço social, e a partir de 1996 deu-se um crescimento da internet comercial, paralelamente foram cada vez mais realizados trabalhos de “internet art” em exibições de arte contemporânea. Promovendo assim uma problemática, ainda hoje muito discutida, da exposição num espaço imaterial, o ciberespaço.

No século XX, os artistas exploraram espaços alternativos como o rádio, vídeo ou televisão, espaços públicos - que ganhavam forma de cenários urbanos, media electrónica ou paisagens naturais, ofereceram novos desafios e possibilidades. As manifestações públicas de video arte de Nam June Paik ou projectos ambientais (Land Art) de Christo e Jeanne, são alguns exemplos. Estes trabalhos têm em comum o facto de não estarem inseridos em formatos padronizados e de romperem com as expectativas do público. A estes artistas foi permitido expandir a imaginação pública e revelar possibilidades sem precedentes. Foi no final do século XX que o público começou a pensar a internet como a web. Web é somente um dos muitos protocolos on-line, é um subsistema de internet. Muitos artistas criaram novos browsers alternativos, enquanto alguns exploram a internet como um meio bi-direcional, outros integram interactividade em contextos híbridos que incorporam o espaço físico. A Internet pode ser pensada como um espaço público, podendo a arte, resultada através dela, ser considerada de “arte pública”.

“A internet configura uma situação cultural absolutamente nova” (Referência bibliográfica: http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/Members/fabifal/ficha/ekac), permitindo ajudar os artistas a definir um processo social com reflexão no seu impacto e potêncial. As alternativas culturais e comunicacionais na internet são evidências de que essa rede global é um novo tipo de espaço público. Sem internet, os trabalhos imateriais seriam apresentados através de um CD-Rom, com circulação limitada, ou num contexto de exposição, com imagens impressas ou projectadas e instalações interactivas, comprometendo seu significado. A internet não está confinada a um meio de publicação ou a uma extensão da televisão. Frequentemente trabalhos, em colaboração, vão muito para além das criações de peças para a web. Uma nova geração de artistas criam trabalhos imateriais, telemáticos, na e para a web, estimulando inovações radicais e propondo a critica dos media, atribuindo especial atenção à palavra colectivo. A internet oferece um modelo de descentralização do conhecimento e das estruturas de poder. Poderá num futuro próximo, permitir a computação multimédia móvel, como pr exemplo estrutura da fibra óptica, acesso sem fio, e pequenos dispositivos portáteis conectarão indivíduos através da integração de voz, texto, gráficos, vídeo-conferências, tele-presença e mundos 3D. Talvez num futuro próximo será comum a existência de um browser e servidores em carros e aviões, permitindo um maior número de pessoas conectarem-se à internet sem um computador pessoal, conferindo mobilidade e novas possibilidades de arte de rede. Quanto mais pessoas têm acesso a internet, mais esta forma de arte ganha seguidores novos. A tela do computador é muito mais que uma saída de dados, é um veículo de interacção, uma ponte para outros mundos serem descobertos e inventados, surgindo novos conceitos com o conceito de ciberespaço como espaço público.